segunda-feira, 26 de abril de 2010


Estrear

Te conheci nos bastidores da vida

Num lugar onde poucos se conhecem

E nunca dizem o nome

Eu não menti

Tu também disseste o teu

Senti o ar se aquecer ao redor de mim

Ao redor de você

Um frio tomou conta de minha barriga mesmo num ambiente de muito calor

Minhas mãos perderam a força ao tocarem as tuas

E na cabeça a certeza de que dali surgia à oportunidade de enfim

Meu espetáculo estrear

O teu tom era tão pro meu

E dessa garganta que canta e tantas lagrimas cantou

Cantei palavras de poesia palavras de amor

Eu sonhei

Sonhei com um teatro lotado e você ali sentado a aplaudir com vigor

Desejei teu corpo em vão

Então acordei

E percebi que o teatro estava ainda sem luz e sem platéia e sem ninguém

Só eu ali sentado

Do teu rosto nem um retrato para consolo

No meu rosto ainda sem maquiagem

Uma lagrima desenhou toda a dor

A dor de carregar ainda no peito essa vontade

De estrear um espetáculo de raro e tão grande amor